ÉDER OLIVEIRA
Nova Timboteva, Belém do Pará 1983
Pintor e muralista urbano
Licenciado em educação artística pela Universidade
Federal do Pará.
Desde 2004 desenvolve trabalhos relacionando retratos
de identidade, tendo como objeto principal o homem
amazônico.
Suas pinturas, de grandes dimensões, são inspiradas
em retratos de pessoas que aparecem nas páginas
policiais dos jornais, e são representadas nos muros 
da cidade onde mora, em Nova Timboteva.
Seu trabalho fala sobre identidade cultural, onde
investiga especificamente o povo amazônico, tentando
entrar em questões raciais e etnológicas de como
se constroi a imagem dessa população.
Os anônimos são representados valorizando as expressões,
a tez e os traços étnicos.
"É preciso pensar não o fato criminal, o acontecimento
de uma pessoa específica, mas como se aquela imagem
fosse a amostragem de um todo" explica o artista.
Além da retratação do tipo físico de cada indivíduo,
as pinturas também fomentam um questionamento social.
"Por que é esse povo que está nas páginas policiais?
Por que não e outro?" questiona. 
"Se você olhar as páginas policiais de Belém, diariamente
há dezenas de fotos de pessoas que têm a expressão
muito parecida. É como se tivesse um perfil racial
de quem é criminoso, de quem representa perigo
para a sociedade"
Pintar nos muros foi o meio que Éder encontrou
que mais condizia com seu objetivo. 
Ele escolheu a intervenção urbana pela necessidade
de se contrapor, pelo fato de que as pessoas anônimas
dos retratos saem das ruas e que de alguma forma
se envolvem com situações criminais.
"Os pais e avôs dessas pessoas vieram de outros lugares
e foram se construindo ao redor da cidade, 
assim como acontece sempre, e então eles acabam
se rebelando pela periferia, tendo menos oportunidades
e escolhendo caminhos diferentes. 
Esses mesmos indivíduos possuem raízes estampadas
em seus rostos, possuem valores culturais e trejeitos
do interior. Procurar buscar pontos em comum para mostrar
que eles existem, esquecer as particularidades
do que cada um fez" disse.
Para o artista, essas imagens que saem na mídia
só reforçam o preconceito.
"Você pode achar que já viu a mesma coisa páginas atrás, mas não. São tipos físicos muito parecidos..."

dados extraídos da Wikipédia