segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Pablo Picasso (1881-1973), foi, desde o início 
da sua carreira artística, com exceção do período cubista, influenciado pelo Expressionismo, influência que manteve 
ao longo da vida.
Mas, na década de 1960, o ambiente artístico se modificou
radicalmente, com as grandes transformações 
que aconteceram no mundo ocidental e também nas artes
plásticas. O predomínio do abstracionismo internacional
dos anos 50, foi decrescendo cada vez mais, evidenciando 
a esterilidade de uma arte não figurativa 
qualificada como carente de compromisso e escapista.
O novo ímpeto provinha das correntes da Pop Art 
e do Novo Realismo, que recorriam despreocupadamente
a todas as formas imaginárias de linguagem visual,
muito especialmente a cultura trivial da publicidade
e das histórias em quadrinhos. Nesse contexto, os objetos
simples da vida cotidiana, como latas de cerveja ou caixas
de sabão foram considerados ícones da ideologia
do efémero, da sociedade de massas, e enaltecidos
como obras de arte autónomas.
Essa irrupção, significava o fim do unilateralismo artístico,
já que a herança do Surrealismo determinara novas formas
de crítica social como o Happening, o Fluxus e a chamada Arte Conceitual.
Picasso desenvolveu uma posição muito discrepante
com respeito a arte atual. Ele conhecia a maioria dos meios formais, pois tinha sido o inventor de muitos deles.
O tempo parecia descrever um movimento circular.

Ingo F. Walther

trecho do livro "Picasso, uma retrospectiva"
editora Taschen
 

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