segunda-feira, 10 de abril de 2017

O Cinema Surrealista é uma abordagem modernista
do cinema tanto na história quanto na produção,
originado em Paris na década de 1920.
Relacionado com o Cinema Dadaista, é caracterizado 
pelo uso frequente de imagens chocantes.
O primeiro filme surrealista foi La Coquille et le Clergyman
de 1928, dirigido por Germaine Dulac, a partir de um roteiro
de Antonin Artaud. 
Outros filmes que abordam essa temática são Um Cão
Andaluz e A Idade do Ouro de Luis Buñuel e Salvador Dalí.
O Surrealismo foi o primeiro movimento literário e artístico
a se tornar associado com o cinema, embora tenha sido
negligenciado pelo pre-conceito dos críticos de cinema 
e pelos historiadores.
André Breton, possuia um ávido interesse pelo cinema: enquanto servia na Primeira Guerra Mundial, 
ele estava em Nantes, e durante seu tempo livre, 
debatia sobre arte com seu amigo Jacques Vaché
De acordo com Breton, Vaché e ele ignoravam 
a duração e os títulos dos filmes, e preferiam
assistir às obras cinematográficas sem nenhum conhecimento prévio.
Há também alguns filhos do Movimento que surgiram
em datas e locais distantes como Limite de Mario Peixoto
(1931), Julieta dos Espíritos de Federico Fellini (1965)
e O Charme Discreto da Burguesia de Luis Buñuel (1972).
O Surrealismo começou como um movimento literário
que se baseava na associação livre de idéias, uma forma
de libertar o subconsciente do realismo, num automatismo
que trouxesse à tona uma imaginação que não fosse
limitada pelo racional e convencional, dando a conhecer
os processos primários pelos quais o pensamento humano
acontece. Inseriu-se num conjunto de novas linguagens trazidas para a arte, chamadas de avant-garde,
que incluiam a literatura, a música, as artes visuais
e posteriormente o cinema. 
Em seu Manifesto do Surrealismo (1924), Breton traçava as bases teóricas e definia o caminho a seguir. Sendo a França
a capital cultural europeia do momento, o Surrealismo
logo extravasou fronteiras e tornou-se um fenómeno internacional.
Seus integrantes procuraram inspiração na obra 
do psicólogo austríaco Sigmund Freud (1856-1939), 
que através da associação livre, pretendia aceder a zonas da mente humana habitualmente bloqueadas pela educação
e as inibições sociais. O que Freud procurava através
do estudo dos sonhos, os surrealistas tentavam ao criar
imagens surpreendentes, bizarras e chocantes, desprovidas de racionalidade. Em ambos os casos a resposta estava
no acesso ao subconsciente. As suas obras privilegiavam
o erotismo, os desejos reprimidos, a violência 
e as paisagens inspiradas em sonhos, recorrendo 
a automatismos visuais. O método da colagem foi também
usado como uma justa expressão do subconsciente.
O Surrealismo como movimento organizado, terminou
no início da Segunda Guerra Mundial, com a invasão da França pelas tropas nazis, e a fuga dos intelectuais
para outras cidades do mundo. Uma exibição internacional foi organizada por André Breton em 1940 
na Cidade do México, e englobava artistas sulamericanos
como Frida Kahlo (1907-1954) e Diego Rivera (1886-1957),
os quais não se consideravam surrealistas, mas tinham
uma obra impregnada de simbolismo e folklore local.
Embora os dadaistas rejeitassem o cinema como um meio
preso ao expressionismo e ao realismo, alguns autores
começaram a experimentar as novas linguagens
logo nos anos 20, e influenciados pela nova pintura
filmaram usando inovadoras técnicas de fotografia.
Cedo os surrealistas sentiram que o cinema, 
dada a sua natureza de veículo de sonhos,
podia ser um meio de expressão do Movimento.
Por exemplo, Breton adorava o cinema de Chaplin e Buster 
Keaton, pela sua capacidade de quebrar convenções
e nos surpeender com instintos primários.
Um Cão Andaluz foi largamente elogiado por Breton,
tornando-se a Bíblia do Cinema Surrealista.
Buñuel rejeitaria o Movimento em 1932, mas muitos 
dos seus filmes futuros continuariam cheios de referências
surrealistas.
Embora oficialmente o Movimento tenha terminado 
muito, não parou de influenciar a obra de muitos autores da segunda metade do século XX
É o caso de reputados autores europeus como Ingmar Bergman, Federico Fellini, Win Wenders, o norteamericano David Lynch e o británico Peter Greenaway. 
Todos eles de uma forma ou de outra recorrem a artifícios narrativos desconcertantes, simbologia freudiana, exploração de desejos reprimidos e uso constante
de uma ironia subversiva, para confundir e provocar
os espectadores.

dados extraídos da Wikipédia                

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