quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017


Paralelamente ao Renascimento Clássico, desenvolveu-se
em Roma, por volta de 1520 até meados de 1610,
um movimento artístico afastado conscientemente 
do modelo da Antiguidade Clássica: o Maneirismo,
que significa "maneira". 
Uma evidente tendência para a estilização exagerada
e um capricho nos detalhes começa a ser sua marca,
extrapolando assim as rígidas linhas dos cânones clássicos.
O Maneirismo é uma transição entre o Renascimento 
e o Barroco, e uma consequência de um "Renascimento Clássico" que entra em decadência. Os artistas se viram
obrigados a partir em busca de elementos que lhes
permitisem renovar e desenvolver todas as habilidades
e técnicas adquiridas durante o Renascimento. 
Uma das fontes principais de inspiração é o espírito religioso
reinante na Europa nesse momento. 
Não só a igreja, mas toda Europa estava dividida 
após a reforma de Lutero. Carlos V, depois de derrotar
as tropas do sumo pontífice, saqueia e destroi Roma.
Reinava a desolação e a incerteza. Os grandes Impérios
começam a se formar, e o homem já não é a principal
e única medida do universo.
Pintores, escultores e arquitetos são impedidos de deixar
Roma com destino a outras cidades. 
Valendo-se dos mesmos elementos do Renascimento,
mas agora com um espírito totalmente diferente, criam
uma arte de labirintos, espirais e proporções estranhas,
que são, sem dúvida, a marca inconfundível do estilo
maneiristas. Mais adiante, essa arte seria cultivada em todas
as grandes cidades europeias.
O Maneirismo foi um protesto contra o que era sentido
como racionalidade estéril e propriedade conservadora
do Classisismo. Os rebeldes maneiristas dobraram,
racharam e quase romperam com a mentalidade dirigida 
por regras. Seus projetos eram exêntricos, complexos,
cheios de surpresas e contradições. Para os classisistas,
o ritmo regular era Deus, para os maneiristas, divino era
o não convencional. De fato, todos os artistas desse período
que procuraram deliberadamente criar algo novo
e inesperado, mesmo à custa da beleza natural estabelecida
pelos grandes mestres, tal vez tenham sido os primeiros
"artistas modernos". Veremos, de fato, que aquilo que é hoje
designado por "arte moderna" pode ter tido suas raízes 
num impulso semelhante para evitar o óbvio e conseguir
efeitos que diferem da convencional beleza natural.
São os pintores da segunda metade do século XV que, 
afastados dos cânones renascentistas, criam esse novo estilo procurando deformar uma realidade que já
não os satisfaz e tentando valorizar a arte pela própria arte.
As principais características da pintura maneirista são:
* Composição em que uma multidão de figuras se comprime
  em espaços arquitetônicos reduzidos. O resultado é uma
  formação de planos paralelos, completamente irreais,
  e uma atmosfera de tensão permanente.
* Nos corpos, as formas esguias e alongadas substituem
  os membros bem torneados do Renascimento.
  Os músculos  fazem agora contorções absolutamente
  imprópias para os seres humanos.
* Rostos melancólicos e misteriosos surgem entre as vestes,
  de um drapeado minucioso e cores brilhantes.
* A luz se detém sobre objetos e figuras, produzindo    
  sombras inadmissíveis.
* Os verdadeiros protagonistas do quadro ja não se
   posicionam no centro da perspectiva, mas em algum ponto
  da arquitetura, onde o olho atento deve, não sem certa
  dificuldade, encontrá-los.
* Valorização das interpretações individuais, pelo dinamismo
   e complexidade de suas formas, a fim de se conseguir
   maior emoção, elegância, poder e tensão.

dados extraídos da Wikipédia

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