terça-feira, 28 de janeiro de 2014

MOVIMIENTO ESPARTACO

O Movimiento Espartaco ou "Grupo Espartaco" (1959-1968),
cujo nome é uma homenagem a lider da liga espartaquista
Rosa Luxemburgo, foi um movimento de pintores argentinos
que promoveram a arte social na década de 60,
recusando o "colonialismo cultural" e retomando a proposta
de uma arte popular iniciada por Siqueiros, Spilimbergo,
Castagnino e Berni em 1933, na Oficina de Mural.
Em 1959, Ricardo Carpani (1930-1997), Mario Mollari (1930-2010),
Juan Manuel Sanchez (1930), Juana Elena Diz (1925), Carlos Sessano
(1935) e Epirilio Bute (1931-2003) fundam o Movimento Espartaco,
que propunha uma arte política e militante. Seu suporte de expressão
era o mural e a xilogravura, e as suas pinturas, muito gráficas,
como no caso das composições escultóricas  de Juan Manuel Sanchez,
eram relacionadas ao cartazismo pelo seu forte impacto visual.
A sua orientação ideológica gerou o pre-conceito
dos "subservientes da cultura colonizada", como anos atrás
o foram os gravadores do Grupo Boedo, mas contaram com o apoio
de importantes aliados, como o poeta Raúl González Tuñón
que assina o texto de apresentação de um dos catálogos do grupo, 
e do escritor Ernesto Sábato.
No mesmo ano de 1959, se incorpora ao Movimento o pintor boliviano
Raul Lara, cuja participação durou apenas 6 meses, e em 1965 o italiano
Franco Venturi (1937 - desaparecido em 1976).
O primeiro artista plástico assassinado pela ditadura do general Videla.
O Movimento Espartaco teve que trabalhar durante o período de consolidação
da ditadura militar que derrubou o governo do general Juan Perón, numa
sociedade branca e racista como era a sociedade portenha da época.
Esse processo culminou com a nefasta junta militar que governou o país de 1976 a 1983, deixando um saldo de milhares de mortos.
Ricardo Carpani, lider do grupo, foi expulso em 1961 por divergencias políticas,
tornou-se cartazista da CGT, peronista de esquerda,
e dedicou-se a pintar murais nos sindicatos, acompanhado de um jovem muralista iniciante chamado Pascual Di Bianco.
Nessa mesma época Carpani inicia uma extensa série de desenhos a crayón,
são retratos de personalidades políticas e cenas de fixão política.
O melhor do desenho argentino produzido na segunda metade do século XX.
Em 1968, depois de uma grande retrospectiva na galeria Witcomb, onde participaram todos os integrantes, o Movimento Espartaco encerrou suas atividades.

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