ANTONIO BERNI - Rosário 1905 - Buenos Aires 1981

Berni foi o mais expressionista dos pintores da Oficina de Mural.

Da mesma forma que Spilimbergo, a sua pintura do primeiro período 1930-40,

foi influenciada pelo Renascimento Italiano, são exemplo disso os desenhos bem construidos que realizou na época.

Em 1925 ganha uma bolsa de viagem a Europa e se estabelece em París onde 

estuda sob a orientação de André Lhote e Othon Friesz.

Em 1930 conhece o poeta comunista Louis Aragon, se interessa pela situação dos imigrantes asiáticos e africanos em París, e colabora junto com Aragon, ilustrando

um jornal alternativo que reivindicava melhores condições de vida para essas minorias.

Inicia uma experiência surrealista de curta duração. As pinturas dessa fase são

expostas em Buenos Aires em 1932.

Em 1933 participa da realização do mural "Ejercicio Plástico" sob a direção do

muralista mexicano David Alfaro Siqueiros.

Em 1939 pinta, junto com Spilimbergo, um mural para o pavilhão argentino da

Feira Internacional de Nova Iorque.

Na década de 60 seu realismo se torna mais violento. Surgem as pinturas-colagem de grandes formatos, nas quais utiliza lixo reciclável, para denunciar a miséria em que vive a população das favelas argentinas denominadas de "Villa Miséria", e cria dois personagens inspirados nos moradores dessas "villas": o menino Juanito Laguna e a prostituta Ramona Montiel, protagonistas das histórias contadas por Berni em

xilogravuras, revolucionárias para a época, compostas com lixo metalurgico.

no final dos anos 60 recebe a influência da Pop-Art, chegando a participar dos 'happening", (do inglés = acontecimento), performances teatrais realizadas por artistas, no Instituto Cultural Torquato di Tella,

Durante os anos 70 realizou séries de pinturas-alegato sobre fatos que marcaram a sociedade civil durante a ditadura militar na Argentina.