CANTO GERAL - Pablo Neruda
A Lámpada na Terra
No fundo da América sem nome
estava Arauco entre as águas
vertiginosas, apartado
por todo o frio do planeta.
Olhai o grande Sul solitário.
Não se vê fumaça nas alturas.
Vêem-se apenas as nevascas
e o vendaval rechaçado
pelas ásperas araucárias.
Não procures sob o verde fechado
o canto da olaria
Tudo é silêncio de água e vento.
Mas nas folhas espia o guerreiro.
Entre os lariços um grito.
Uns olhos de tigre em meio
às alturas da neve.
Olha as lanças a descansar.
Escuta o susurro do ar
atravessado pelas flechas.
Olha os peitos e as pernas
e as cabeleiras sombrias
brilhando à luz da lua.
Olha o vazio dos guerreiros.
Não há ninguém. Trina a diuca
feito água na noite pura.
Cruza o condor o seu vôo negro.
Não há ninguém. Escutas? É o passo
do puma no ar e nas folhas.
Não há ninguém. Escuta. Escuta a árvore,
escuta a árvore araucana.
Não há ninguém. Olha as pedras.
Olha as pedras de Arauco.
Não há ninguém, somente as árvores.
Somente as pedras, Arauco.
tradução: Paulo Mendes Campos
O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
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