domingo, 3 de junho de 2012

Antes do surgimento da fotografia, mandar pintar o retrato
era privilêgio da aristocracia, significava poder e dinheiro.
Ser retratado era uma forma de manifestar a mobilidade social,
transformando-seem um objeto auxilio para auto-afirmação.
o "retrato-silhueta" se resumia a um papel cartão preto
onde era recortado o perfil das pessoas. Os retratos miniaturas
eram executados pelos pintores miniaturistas e, devido à sua dimensão,
possibilitaram aos menos favorecidos esse artigo de luxo
até então dominado pela nobreza; e o "fisionotraço" na mesma linha,
com baixos preços e grandes investimentos,
seguidos de sucesso comercial até o aparecimento da fotografia.
Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras do século XIX,
à necessidade de verossimilhança juntava-se também a necessidade
de reproduzir fielmente em varias cópias omesmo original.
São de então, as tentativas com o "fisionotraçador" e com a câmara clara,
a invenção da litografia, o sucesso da silhueta. A descoberta da fotografia
faz parte dessa complexa pesquisa que mobilizava cientistas,
técnicos e artistas. A imitação mais perfeita possível da natureza e,
portanto, do homem, era um objetivo constante da arte, 
uma qualidade estética necessária. Com o aparecimento da fotografia
em pouco tempo essas três formas de retratar (silhueta, miniatura e fisionotraço)
entram em crise, e o retrato fotográfico passa a ser "a nova forma" 
de representação individual e coletiva, gerando o exercício da democracia.

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