terça-feira, 15 de maio de 2012

Desde o inicio do meu trabalho na imprensa, ao "desconstruir" o rosto num retrato caricatural, o que me interessava, mais do que a atualidade do fato comentado ou a ridicularização do personagem em questão, era que fosse um desenho de expressão autônoma. Que refletisse de forma crítica o lado oculto que cada pessoa guarda dentro de si, seus avatares novelescos e a sua história: terrível, bela ou monstruosa, exposta na máscara do rosto. 
Tudo isso me fascinava. A presença do material fotográfico na mesa de desenho ao iniciar o trabalho, o jogo das imagens, varias fotografias de uma mesma pessoa, cuja fisionomia mudava até parecer outro em cada foto, lembrando as experiências de Warhol com a cámera Polaroid.
O teatro social que representamos todos,  do qual a fotografia sempre foi o melhor documento.  E os períodos tortuosos, em que a máscara do rosto se animalizava nas caricaturas fazendo desaparecer qualquer vestígio de humanidade naquelas fases.
Por trás das aparências, os retratos fotograficos nos "informavam"...
Trimano - Rio de Janeiro - maio de 2012

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