terça-feira, 3 de abril de 2012

as vezes quando subo
a minha janela, apalpo
com meus olhos a vida
de luz que eu vou sonhando.
e então eu digo "O mundo
é alguma coisa mais que um quintal
e estas lajes terríveis
onde estou a me consumir".
e escuto colinas livres,
vozes nos álamos,
a conversa azul do rio
que singe meu patíbulo.
"e a vida" me dizem
os aromas, o canto
vermelho dos pintassilgos,
a música no copo
branco e azul do dia.
o riso de um garoto...


Mas é sonhar desperto:
minha grade é o costado
dum sonho que da ao campo.
amanheço e já tudo
- fora dos sonhos - é quintal.
um quintal onde giram
os homens sem espaço.

Nenhum comentário: