quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Conhecí o Zeka Araujo a meados dos anos 80. Nesse momento êle era diretor da galeria de fotografia da FUNARTE / Rio de Janeiro, e organizava exposições dos mestres, e coletivas de novos ou desconhecidos. Foi nessas exposições que eu "vi" o trabalho dos artistas da fotografia conduzido pela seleção da equipe do Zeka. Mais tarde tivemos encontros esporádicos, sempre relacionados as exposições que organizava, e a gente deixou de se ver por alguns anos. Viemos a nos reencontrar na exposição "Buena Memôria" do fotógrafo Marcelo Brodsky, uma rememoração dos jovens desaparecidos durante a ditadura militar na Agentina. Foi nesse reencontro que soubemos que ambos fariamos exposição na mesma época, nas galerias do Centro Cultural Recoleta de Buenos Aires. Durante a estadia visitamos o antigo porto chamado de "La Boca", referência a "la boca del riachuelo", como é chamado o Rio da Prata nessa região, e o Zeka produziú uma série de fotografias abstratas cujo tema eram as manchas e ferrugens dos velhos navios abandonados no cais. Essa série foi exposta pouco depois no CCBB: Centro Cultural do Banco do Brasil do Rio de Janeiro. A vontade de realizar um trabalho fusionando varias linguagens, a procura de uma poética propria, já tinha se manifestado em conversas nossas anteriores.Nesta segunda série, já despojado do elemento figurativo, os navios no caso, suas imagens deixam margem as leituras e impressões mais pessoais do espectador. / TRIMANO

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