segunda-feira, 17 de março de 2014

O conceito de arte degenerada (entarte kunst) remonta
a movimentos culturais racistas surgidos na Alemanha
no final do século XIX, especialmente as idéias de Max
Nordaus, que o tomou emprestado da biologia para
desqualificar as manifestações artísticas que se opunham
à tradição da cultura germánica, e em especial, a sua escola
de pintura realista. considerada, a um só tempo, exemplo de
arte "sadia" e evidência da superioridade étnica dos arianos.
Nas primeiras décadas do século XX, especialmente durante
a República de Weimar (1918-1933), a difusão da arte moderna
na Alemanha teve como contraponto o revigoramento da
aceitação de teses como as de Nordaus.
Em 1927, ainda antes da ascensão de Hitler ao poder,
Alfred Rosemberg, ideólogo do partido nazista, publicou varios
artigos na imprensa alemã caracterizando a arte moderna como
fruto de mentes doentias, vinculando-a ainda, confusamente,
ao avanzo do capitalismo e do bolchevismo.
Em 1928, o arquiteto e teórico de arte Paul Schultze-Naumburg
passou a associar, explicitamente, o termo arte degenerada
à estética moderna em seu livro "Arte e Raça", no qual estabelecia
comparações formais entre obras de grandes nomes do modernismo,
como Modigliani  e Otto Dix, e fotografias de doentes mentais, procurando
com isso demonstrar a validade de suas teses. A idéia arte degenerada
era associada especialmente aos expressionistas alemães, que durante
a República de Weimar retrataram o quadro de esgarçamento social
então vivido pelo país, atraves de imagens e figuras propositalmente
distorcidas, o que foi interpretado pelo nazismo como uma afronta
a nação alemã. mas, como já se disse, a hostilidade de Hitler e seus
seguidores se estendia também as demais correntes modernistas.
   

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