O propósito deste blog é o de mostrar o trabalho do ilustrador,independente das regras impostas pelo mercado,nas quatro disciplinas praticadas por mim, em diferentes momentos e veículos: A Caricatura na Imprensa,A Ilustração na Imprensa,A Ilustração Editorial e O Poema Ilustrado. Também são mostradas modalidades diferentes das mesmas propostas como: Montagens das exposições e a revalorização do painel mural, através das técnicas de reprodução digital em baner.
quinta-feira, 30 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
A POESIA NA REVOLUÇÃO /
Magro, rosto amarelado, imberbe, cabelo na testa -
éste, o aspecto que o jovem Ba apresentava, quando
desembarcou no pôrto do Rio de Janeiro. Trabalhava
a bordo de um navio e ficaria em terra para tratamento
de saúde. /
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Ba ou, como se notabilizou mais tarde, Ho Chi Minh
habitou uma pensão no bairro de Santa Teresa. Alí
passou algum tempo. Tal vez três meses, enquanto
esperava que outro navio o levara de volta. /
Não se pode precisar exatamente a data. Ba, nos fins de
1911, embarcou como ajudante de cocinheiro, no La Touche
Treville, que fazia a linha Haiphong-Marsella. Tinha apenas
21 anos. Conheceu Oran, Dakar, Diégo-Suarez, Port Said,
Alexandria. E depois de uma escala em Boston e New
York, abandonou a profissão do mar. O mundo estava ás
portas da guerra. Era 1914. /
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Há muitas passagens obscuras na sua vida, informações
vagas, dados incompletos. Nenhum dos seus biógrafos
alude à sua viagem ao Brasil. Mas, evidentemente, foi
nesse período que ela se realizou. /
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Em 1924, Ho Chi Minh se encontra, em Moscou, com
Astrojildo Pereira e Rodolfo Coutinho com quem partilhou
do mesmo quarto e aprendeu a lingua portuguesa. Ambos
buscavam o reconhecimento do PCB pela Terceira Internacional.
Evocou seus dias de Rio de Janeiro e revelou que muito
o impressionara a zona do mangue - o cheiro fétido, o mercado
do sexo, subproduto do capitalismo nas condições do atraso
semicolonial. /
Estava cada vez mais próximo do seu obgetivo: levantar a
Indochina contra o jugo colonial. Aquêle homem, franzino,
que manifestando indignação e tristeza , denunciou, no congresso
socialista de Tours (28.12.20), "as atrocidades praticadas na Indochina
pelos bandidos do capital", jamais perdera de vista o infortúnio do seu
povo. A guerra mundial, que conflagrara a Europa e a Ásia, criara as
condições para o início da jornada da libertação.
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Ho Chi Minh retornou a Indochina, em janeiro de 1941, após consolidar
a primeira zona libertada, na região de Cao Bang. Ali começava a maior
epopeia da história contemporánea: a história de um povo pobre, atrasado,
oprimido, que teima em ser livre, resiste e luta, prefere sucumbir nas ruinas,
a golpes de napalm, a renunciar à sua independência e demonstra, com
tôda a eloquência do seu heroismo e da sua resolução revolucionária, a
fraqueza da maior máquina de guerra do imperialismo mundial.
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A Comuna de París, as insurreições de 1905 e
1917, na Rússia, os levantes da Alemanha e da Hungria, em 1919,
a grande marcha de Mao Tse-Tung, a guerra da Espanha, a revolução da China, as lutas de libertação da Argélia, o heroismo de Sierra Maestra,
a epopeia do Vietnam e o sacrificio de Guevara - eis alguns episódios da
história contemporánea mais fecundos e mais ricos em poesia. /
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Marx, Trotsky, Karl Liebknecht, Mao Tse-Tung, Lumumba
e muitos revolucionários escreveram versos, dedicaram-se á poesia.
Todos encontraram na política, posteriormente, uma forma de
expressão mais poderosa para sua criatividade. /
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Não se pode ler, entretanto, a poesia de Ho Chi Minh com os mesmos
olhos que se habituaram aos padrões estéticos do Ocidente. Seus
poemas, na maioría são curtos e lembrariam os haicais dos japoneses.
Encerram, frequentemente, uma anedota. Ho Cho Minh, através das
contradições que joga em cada verso, imprime-lhes um conteúdo ético.
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Quando se diz Ho Chi Minh, fala-se de todos os revolucionários
que lutam e morrem no Vietnam. Ele é como aquêle monge incendiado,
que se dispõe ao sacrificio, mas com a metralhadora na mao.
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"Se tôda a revolução tem a força da poesia, tóda poesia, que sobrevive,
tem a força da revolução" /
Moniz Bandeira / Rio de Janeiro 1968
"Um dia encarcerado: /
mil anos lá fora". /
Não é vã palavra /
éste provérbio antigo. /
Quatro meses na cela /
destruíram meu corpo /
mais que dez anos de vida. /
Quatro meses de fome, /
quatro meses de insônia, /
sem mudar de roupa, /
sem poder me lavar. /
Abandonou-me um dente, /
cabelos branquearam, /
negro, magro, faminto, /
vestido de sarna e de feridas. /
Mas, paciente sou, /
duro, rijo, /
sem recuar um palmo. /
Materialmente miserável, /
o moral, firme.
Tudo muda - é a lei. /
A roda gira e não para. /
Após a chuva, o sol. /
O universo, num instante, /
troca suas roupas molhadas. /
A paisagem estende tapetes /
sôbre seis quilômetros. /
Sol doce, leve brisa, /
uma flor sorrí. /
No topo da árvore, /
o galho que brilha. /
Canta um côro de pássaros. /
Homens e animais sentem a resurreição. /
Que de mais natural? /
Após a desgraça, o júbilo.
terça-feira, 7 de abril de 2009
ASSIM NASCEU A TEMPESTADE / Contaran-me que nascí na madrugada do dia 9 de julho de 1943, as cinco da manhã, baixo uma invernada muito forte,e o primeiro
visitante que foi me cumprimentar foi o caudaloso rio Meta, que bordeja a pequena
população de puerto Paez, no estado de Apure, na Venezuela; justo na fronteira com a Colômbia e o Amazonas, desde onde me couve navegar pela primeira vez na minha vida. / Contam que o visitante chegou com tanta força, que para que não nos
afogássemos, me colocaram com minha mãe numa curiara, enquanto meu pai dava
tiros no ar para anunciar minha chegada. Assim viajamos à terras mais altas onde nos refugiamos. Foi ali na floresta onde dei meus primeiros passos, em meio as
crianças indígenas, que também era a origem da minha mãe, Trina - como o canto
das aves. / Jornalista de profissão, de carne e osso. Desde a juventude escrevo poesias, contos, e até um romance histórico saiu de minhas mãos; alem de traduzir
do português ao espanhol e vice versa, diversos autores brasileiros e portugueses.
Resido à 30 anos no Brasil, de meus mais de 36 rodando pelo mundo. / Meu nome
é realmente, Héctor Eliseo Escobar López, porem desde pequeno a familia me chamou sempre pelo segundo, Eliseo, Cheo. Héctor, de maneira mais formal, na vida profissional, até hoje. Sou um ou outro, os dois juntos, tanto faz. /
Héctor Escobar - Rio de Janeiro 2009
Sem escusas / Atropelado / Peço passagem ao silêncio /
Para desgarrar um grito. / Desmorona a noite / Arrastando sua serpente /
A covardia / Traga-se o céu de Bagdá. / Como usual / O mundo cala
sua vergonha / O sangue afoga o pó do deserto / O invasor pulveriza
as múmias / Desintegra a criancice / Prostitui o fogo
Atropeladamente e a galope / Com camelos e tudo /
Cruzamos pelo buraco da agulha e o sol tinha se apagado /
Suados chegamos ao mar / Vermelho / Ainda do sangue das
crianças palestinas / Massacrados em Gaza / Manava pelos poros da areia. /
Quisemos cruza-lo / Pela senda aberta por Moisés / Mas / Infelizmente /
Ardente / O sangue / Tinha apagado / A descomunal estrada da Biblia /
Deus dormia / Os fugitivos de ontem agora eram monstros / Transformando
a vida em poeira / Pelo buraco da agulha chegamos / Sem pavor /
Com camelos e tudo / A reinventar o amanhecer / Apesar da morte. /
Rio de Janeiro 2004
domingo, 5 de abril de 2009
NAZIM IKMET / Salónica - Império Otomano / atual Grecia, 1901 /
Moscou - União Soviética, 1963 / Poeta e dramaturgo turco de vanguarda. /
Pertenceu ao TKP - Partido Comunista da Turquia. / Por causa da sua
militancia foi duramente perseguido. / Condenado a 15 anos de prisão,
se exilia definitivamente na União Soviética. / O governo turco aboliu em
5 de janeiro de 2009 por decreto, a decisão ditatorial que, em 1951, retirou a nacionalidade turca do poeta. / A sua poesia foi traduzida para 50 linguas
Como o escorpião, meu irmão, /
Tu és como o escorpião /
Numa noite de medo. /
Como o pardal, meu irmão /
Tu és como o pardal /
No seu miudo desassossego. /
És como o mexilhão, meu irmão /
Tu és como o mexilhão /
Fechado e tranquilo. /
Tu és terrível meu irmão /
Como a boca de um extinto vulcão. /
E tu, ai de mim, não es um, /
No es cinco, tu és milhões. /
Tu és como a ovelha, meu irmão. /
Quando o carrasco vestido da tua pele /
Quando ele levanta a sua vara /
Apressas-te a alcançar o rebanho /
E vais para o matadouro a correr, /
Quase orgulhoso /
Em suma és a mais curiosa das criaturas /
Mais curiosa que o peixe /
Que vive no mar ignorando o mar. /
E se há tanta miseria na terra /
É graças a ti, meu irmão. /
Se somos famintos, esgotados, /
Se somos esfolados até ao sangue, /
Espremidos como uvas para o nosso vinho /
Iria até o ponto de dizer que é culpa tua, /
mas não, /
Isso não tem nada a ver contigo meu irmão.
versão de Adalberto Alves
La mitad de mi corazón está aquí, doctor /
Pero la otra mitad se encuentra en China, /
En el ejército que baja hacia el rio Amarillo. /
Cada mañana, /
Cada mañana con el alba, /
Mi corazón es fusilado en Grecia. /
Y cuando el sueño rinde a los presos, /
Cuando se alejan de la enfermeria los últimos pasos, /
Mi corazón se va, doctor /
Se va hacia una vieja casa de madera, allá en Istambul. /
Además, doctor, hace más de diez años /
Que no tengo nada en mis manos /
Para ofrecer a mis hermanos; /
Tan solo una manzana, /
Una roja manzana: mi corazón. /
Por todas estas cosas, doctor, /
Y no por culpa de la arterioesclerosis, /
Ni de la nicotina, ni de la cárcel, /
Tengo esta angina de pecho. /
Desde mi cama /
Contemplo la noche tras los barrotes, /
Y a pesar de todos estos muros /
Que me aplastan el pecho, /
Mi corazón palpita con la estrella más remota.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
-Este livro é uma tentativa de compreensão das
megatendências econômicas, sociais e políticas desnudadas pela atual crise financeira mundial, as quais já estavam presentes embrionariamente nas
civilizações ocidental e oriental depois do colapso da União Soviética, da
emersão da China como potência econômica e da perda de influência do
dôlar como padrão de valor internacional. / Não se trata de extrapolação de
variáveis. / É um esforço para unir os cordões por trás dos processos de criação de valor a fim de destacar uma rede inteligível de relações pessoais, nacionais
e mundiais que estão se determinando dentro de novos paradigmas, muitos deles
na contramão do que aparece, para o senso comum, como realidade atual ou
como tendência -
José Carlos de Assis /
Rio de Janeiro 2008 /
trecho inicial do PREÂMBULO do livro
Série Músicos: B B KING 2009

"Pensando na delicadeza de um certo instante
de entrega, que desenvolvi minha série de
músicos./ Sensíveis ao toque... encantados
com as notas,/ Sim, todos homens./ Acredito
que eles, tão intensos como seus acordes,
são livres./ Desprovidos de qualquer medo de
fluir algo inesperado.../ O que os fazem únicos,
é exatamente a livre expressão de um precioso
momento, seja ele alegre ou não./ Figuras
fortes, muitas vezes endurecidas simplesmente
pelo físico./ Aliados a música, demonstram
facilmente a alma"
Alessandra Botelho
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