domingo, 18 de abril de 2021

Colóquio na Rocha Escura

Aqui a perfuratriz fende o oceano;

Coração meu, que te lanças, tremes, clamas

Por mais gangues-sangue pros negros timbres

       de tuas percussões,

Até quando eu, a máquina aturdida

           de tua devoção,

Retinindo sobre o címbalo de uma mão,

 Girado em chocalhos, seja liberado

         Todas as discussões


Findam em detritos no palude da morte.

Bate, bate, coração. Em Lama Escura

Obreiros húngaros ofertam seu sangue

A Estevão mártir, apedrejado à morte.


Lama Escura, nome de conjuro. Ô lama

Nas melancias corroídas à crosta,

Lama no molhe do cais, na ratazana,

Nos barcos de pesca Diesel, balangando

Todo ano, ao vento e à maré? A poeira

Reclama este coração, que, saltador,

        me estremece a cabana.

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