domingo, 31 de maio de 2020

O Capital (Das Kapital), em seu título original,
é a obra máxima e a mais conhecida do intelectual
e revolucionário Karl Marx (1818-1883).
Trata-se de um minucioso exercício investigativo acerca
do funcionamento da relações econômicas, desde as suas
mais obscuras origens até os dias atuais, procurando desvendar
os conceitos universais que estão por trás da atividade
econômica.
O livro se desdobra em três volumes, a saber:
Livro I - O processo de produção do capital, publicado 
originalmente em 1867.
Livro II - O processo de acumulação do capital, publicado
originalmente em 1885.
Livro III - O processo global de produção do capital, publicado
originalmente em 1894.
Marx viveu apenas para ver o primeiro livro publicado,
o qual recebeu correções e anotações posteriores do próprio autor ,
além de traduções para outras línguas. Os outros dois foram publicados
por Friedrich Engels, amigo e colaborador de Marx.
Seu objeto era, como explicitado no prefácio do volume, revelar a lei
econômica do movimento da sociedade moderna. Marx busca entender
todo o processo em seus três livros, chegando a uma especificidade
até hoje inédita de pesquisa, argumentação e relação de dados.
Defendia que o capitalismo como sistema era um modo de produção
historicamente transitório, cujas contradições internas o levariam à queda,
sendo inevitavelmente substituído.
O modo de produção capitalista ilustra a tese geral de Marx
de que a realidade è dialética, que ela contém contradições dentro de si,
pois, de um lado a mudança tecnológica, a introdução de novos métodos
de produção faz parte da própria existência do capitalismo.
A pressão da concorrência força obrigatoriamente os capitalistas
a inovarem constantemente, e desse modo ampliar as forças de produção.
Por outro lado, o desenvolvimento das forças produtivas no capitalismo
levará a crises inevitáveis.
O raciocínio contido no capital destoava da grande maioria dos outros
tratados económicos da sua época por privilegiar um ponto de vista
dedicado à visão do trabalhador proletário em detrimento do grande
produtor capitalista. É por esse vies adotado por Marx, que sua obra
seja popularmente demonizada por grupos hostis a qualquer ideia
de esquerda. Marx, porém, havia deixado claro em seus trabalhos
anteriores, especialmente no Manifesto Comunista, que não via
o capitalismo como um regime danoso e antagônico às suas ideias,
mas apenas como um processo temporário na realização do cenário
preconizado em seu raciocínio econômico. Não acreditava que o colapso
do capitalismo fosse inevitável. Ele próprio insistia em dizer que crises
permanentes não existem, elas na verdade são sempre soluções
momentâneas e forçosas ante as contradições existentes. 
Não existe crise econômica tão profunda da qual o capitalismo 
não possa recuperar-se, uma vez garantido que a classe trabalhadora 
pague o preço do desemprego, deterioração dos padrões de vida 
e das condições de trabalho. 
Se uma crise irá levar a um estágio mais elevado da produção social,
dependerá da conciência e da ação da classe trabalhadora.

Emerson Santiago

dados extraídos da Wikipédia

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