segunda-feira, 8 de abril de 2019

LA VOLUNTAD - ERP - MONTONEROS
de Eduardo Anguita e Martín Caparrós
resenha do livro 2

Em 25 de maio de 1973, milhares de pessoas
tinham em mãos um sonho que parecia se tornar
realidade: Héctor J. Cámpora, fiel companheiro
do general Juan Perón, assumiu a presidência, e o país
estava caminhando para o cumprimento de seus ideais
revolucionários. No entanto, em 20 de junho, Perón retorna
do seu exílio em Madrid, e o que devería ser uma festa
de boas-vindas se torna uma emboscada, perpetrada
pelos setores da extrema direita do peronismo, antagonista
dos Montoneros, semeada de cadáveres e feridos.
Campora, que tinha assumido a presidência provisoriamente, renuncia e pede novas eleições.
Em 23 de setembro, Perón obtem enorme triunfo 
nas pesquisas.
Dois dias depois, os Montoneros assassinam o sindicalista
José Ignacio Rucci.
Em pouco mais de três meses, a Argentina mudou de novo,
e mais do que nunca a vertigem e a imprevisibilidade
determinaram a vida política.
Essa mudança vai de 25 de maio a 23 de março de 1976,
nas horas finais do governo de Isabel Perón, que tinha
assumido a presidência designada pelo falecido marido,
e estava sendo substituída num golpe de estado
por uma junta militar encabeçada pelo general Jorge Rafael Videla, um católico ultra conservador.
Nesse período, Perón tinha voltado a ser presidente
pela vontade popular, após dezoito anos, e morreu antes
de cumprir seu mandato.
As organizações armadas alcançam seu apogeu e,
enquanto acreditam que suas posições se consolidam,
rapidamente entram em um caminho sem retorno.
José López Rega, ex secretário pessoal de Perón no exílio,
passa das sombras ao poder de fogo, e cria a Triple A,
organização paramilitar de extrema direita baseada 
no terrorismo de estado.
Intelectuais, artistas e sindicalistas, vão para o exílio,
e as forças armadas voltam a ocupar o centro da política,
instaurando uma ditadura militar que duraría de 1976
a 1983, deixando um saldo de 30.000 mortos 
e desaparecidos. Uma tragédia que mudaría para sempre
o curso da nação.
Nesse clima de convulsão, em que Salvador Allende é derrubado e assassinado, as esperanças de uma geração
de argentinos termina em pesadelo e morte.
Um tempo dramático que prenunciava um fechamento
ainda mais feroz.
 

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