segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Esse livro tem três partes. A primeira é a representação visual de uma tese que venho desenvolvendo nos últimos
dois anos. A segunda é uma coleção de trechos de alguns
dos documentos com que deparei durante a pesquisa.
E a terceira é uma seleção de notas, ensaios e cartas escritas para aclarar minhas idéias à medida 
que se desenvolviam e como parte de um diálogo 
com Martin Kemp, Charles Falco, John Wals e outros
especialistas.
A correspondência conta a história de minhas investigações.
A óptica não faz marcas, somente a mão do artista
pode fazê-lo, e exige-se grande habilidade. E a óptica também não facilita nem um pouco o desenho, longe disso -
eu sei, eu a usei. Mas para um artista, 600 anos atrás, 
as projeções ópticas hão de ter demonstrado um novo modo
fiel de observar e representar o mundo material. A óptica
conferiu aos artistas uma nova ferramenta com que fazer
imagens mais imediatas, mais poderosas. 
Sugerir que os artistas usaram dispositivos ópticos, como
sugiro aquí, não é diminuir seus feitos. Para mim, isso os torna ainda mais impressionantes.

David Hockney  

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