quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Em fevereiro de 2000, com a ajuda de meus assistentes
David Graves e Richard Schmidt, comecei a prender
com percevejos fotocópias coloridas de pinturas
na parede de meu estúdio na Califórnia. 
Via isso como um modo que me conferisse uma visão
de conjunto da história da arte ocidental e como um auxílio
na seleção de imagens para o livro. Quando terminamos,
o mural tinha 70 pés (21,3 m) de comprimento e percorria
500 anos de forma mais ou menos cronológica, com a Europa setentrional em cima e a Europa meridional embaixo.
Ao começarmos a juntar as páginas do livro, fizemos
também experimentos com diversas combinações 
de espelhos e lentes para ver se conseguíamos recriar
os métodos tal vez utilizados pelos artistas do Renascimento
As projeções que fizemos encantaram todos os que vieram
ao estúdio, mesmo aqueles de câmara em punho.
Os efeitos pareciam incríveis, porque não eram eletrônicos.
As imagens que projetamos eram nítidas, em cores
que se moviam. Ficou óbvio que poucos sabem muita coisa
sobre óptica, mesmo os fotógrafos. Na Europa medieval,
"aparições" projetadas seriam tidas como mágicas;
como descobri, as pessoas continuam a achar isso 
hoje em dia.

David Hockney

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