sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A palavra solidariedade não somente forma parte do nome
deste museu. Também forma parte da sua história.
As obras aqui reunidas somam mais de duas mil. A maioria
delas é de pinturas, porém se contam também esculturas
e gravuras importantes. Uma quarta parte das obras
foi doada entre 1970 e 1973, como uma demonstração
que os artistas do mundo quiseram fazer do seu apoio
ao povo do Chile e ao então presidente, Salvador Allende,
por sua intenção de realizar profundas reformas sociais
e econômicas, ainda que em sua base constitucional e legal
vigente. Foi por esse motivo que muitos artistas doaram
suas obras para a formação deste museu. 
O processo não somente continuou, mas foi aprofundado
depois de 11 de setembro de 1973, e foi assim que a maior parte das obras do foi doada por seus autores.
Um momento em que o nome dessa iniciativa mudou de "solidariedade" para "resistência". Desse modo, artistas que, antes de 1973 quiseram ser solidários com o Chile, através da doação de obras de sua autoria, depois optaram por ajudar a resistência do país cuja liberdade lhe havia sido arrebatada.
A mostra de 1972 foi inaugurada pelo próprio Allende,
que qualificou a iniciativa como "a expressão solidária de homens de raças e povos distintos que, a pesar da distância,
entregam sua capacidade criadora, sem reticências,
ao povo do Chile, nesta etapa da sua luta".
Allende morreu no La Moneda, e provavelmente 
não imaginou que a iniciativa de formar este museu
iria continuar ainda com mais força depois de sua morte.
  

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