terça-feira, 4 de outubro de 2011

Schopenhauer, num conjunto de textos publicados em 1851, Parerga und Paralipomena, denunciou que os mesmos males já grassavam então na arte literária. Ao contrapor-se aos "livros ruins" de sua época, que, segundo ele, eram "escritos exclusivamente com a intenção de ganhar dinheiro", o filósofo considerou-os "não apenas inúteis, mas realmente prejudiciais", sendo taxativo ao dizer "Nove décimos de toda nossa literatura atual não têm nenhum outro objetivo a não ser tirar alguns trocados do bolso do público..." / Sejan livros, sejam quadros ou outros objetos de arte, todos sabemos, só não vê quem não quer, que esa mesmice se prolonga até hoje, agravandose à medida que a corrupção do gosto se generaliza e que a fome de lucro fácil se orienta para a valorização do que é ruim, mal feito, xaroposo, vazio de conteudo e por conseqüência nocivo. Uma "abundabte erva daninha", como escreveu Schopenhauer no século 19, "que tira a nutrição do trigo e o sufoca". LEONARDO FRÓES - Rio de Janeiro

Nenhum comentário: