terça-feira, 4 de outubro de 2011

Não, nem tudo está perdido. Porque houve Goeldi, santo homem que tive o privilégio de conhecer em pessoa, e Grassmann. Com esses e outros mestres do traço, com esses e os poetas da cor, cujas obras me nutriram, na juventude, em minhas peregrinações por museus, foi que meus olhos de menino espantado começaram a ver sob aparência das coisas. A educação pelo traço, para um escritor, é essencial: assim como as palavras, tendo plasticidade e contorno, são os desenhos imperfeitos que ele consegue fazer, assim o corte, o gesto, o risco, as incisões praticadas por artistas na superficie do mundo é que lhe abrem com mais proveito e largueza as portas da percepção dos fenômenos.

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