domingo, 27 de julho de 2008

OS POETAS / 5 haiku de Bashó O haiku, muito provàvelmente a mais curta das formas em verso, representa um contributo inconfundível para a literatura poética universal, quanto mais não seja por demonstrar a grandeza dos efeitos que se podem obter através da mais severa economia verbal. Apesar da sua extrema brevidade - o haiku tem apenas 17 sílabas -, os japoneses tendem a considerar a poesia do haiku como a mais importante do seu país, e ela despertou no Ocidente geral atenção, e até mesmo imitação. O maior dos seus poetas, Bashô (1644-1694), foi samurai no começo da sua vida, mas renunciouva todos os privilégios quando escolheu a carreira de mestre de haikai. Viveu como um homem comum, nunca tendo ligações com a corte do im- perador em Kioto, nem com a corte do xogun em Edo (Tóquio). Também não se tornou monge budista, com Sôgi e muitos outros poetas famosos, embora andasse vestido e em certos aspectos vivesse como se o fosse. Ele próprio se comparou a um morcego, "nem monge nem leigo, nem pássaro nem rato, mas algo de intermédio". Entre os seus discípulos havia homens de todas as clases, desde ricos samurais e mercadores até pobres camponeses; os dois por quem mostrou maior afeição foram um criminoso e um mendigo. tradução de Paulo Rocha

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